O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez uma forte denúncia no Fórum Econômico Mundial de Davos. Ele falou sobre o “retrocesso dos compromissos climáticos” no mundo.
A elite política e empresarial mundial, presente neste momento na Suíça, ouviu na quarta-feira um discurso contundente do líder da organização.
Ele criticou a falta de colaboração multilateral em um “mundo cada vez mais à deriva“, ameaçado por dois perigos existenciais. Mencionou a mudança climática e a inteligência artificial (IA) não regulamentada como perigos iminentes.
“Retrocesso dos compromissos climáticos”: a denúncia da ONU em Davos
O discurso ocorreu na reunião anual do Fórum Econômico Mundial, o evento que acontece no alto dos Alpes suíços e que reúne líderes, chefes de Estado e diretores de algumas das maiores e mais influentes empresas do mundo.
A denúncia do líder da ONU sobre políticas climáticas.
Guterres referiu-se ao tema da reunião deste ano, “Colaboração para a era da inteligência”, e afirmou que há escassas evidências de colaboração ou inteligência.
Em contraste, segundo ele, há abundantes indícios da piora de muitos problemas do mundo, desde conflitos até desigualdades e violações dos direitos humanos.
A guerra nuclear já não é a única ameaça existencial para a humanidade, afirmou, apontando a crise climática e a “expansão descontrolada” da inteligência artificial (IA).
O “monstro de Frankenstein”
Comparando a dependência de combustíveis fósseis com o monstro de Frankenstein, “que não perdoava nada nem ninguém”, o Secretário-Geral destacou a ironia do fato de que 13 dos maiores portos do mundo para superpetroleiros estão prestes a serem inundados pela elevação do nível do mar.
Isso devido ao aumento das temperaturas provocado por esses mesmos combustíveis.
Além disso, classificou a decisão de várias instituições financeiras e indústrias de recuarem em seus compromissos climáticos como “curta visão e, paradoxalmente, egoísta e contraproducente“.
No lado errado
“Estão no lado errado da história. Estão no lado errado da ciência“, apontou. “E estão no lado errado dos consumidores que buscam mais sustentabilidade, não menos”, acrescentou Guterres.
O líder da ONU, António Guterres.
Focando na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30), que acontecerá no Brasil no final do ano, o Secretário-Geral lembrou aos líderes mundiais que precisam cumprir sua promessa de elaborar novos planos nacionais de ação climática para toda a economia muito antes do encontro.
Os países em desenvolvimento necessitam de um “impulso de financiamento“, frisou, para a ação climática. Por isso, instou não apenas os governos, mas todas as empresas e instituições financeiras a criarem planos de transição sólidos e responsáveis.
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