A recuperação de florestas no Brasil gerará milhões de toneladas de alimentos.

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Um estudo do Instituto Escolhas revela que a recuperação de florestas desmatadas no Brasil, sede da COP30, poderia gerar 69.000 empregos e R$ 45 bilhões de reais em receitas, além de capturar milhões de toneladas de CO₂.

O Brasil tem a oportunidade de demonstrar seu compromisso ambiental como anfitrião da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, Pará, em 2025. No entanto, o estado que sediará o evento também é o mais afetado pelo desmatamento em assentamentos da reforma agrária. De acordo com o Instituto Escolhas, o Pará concentra 44% das áreas degradadas nesses assentamentos, o que equivale a 438.700 hectares de vegetação nativa perdida.

O relatório Recuperar o bosque nos assentamentos rurais no Pará: o que o Brasil ganha com isso? mostra que a restauração dessas áreas poderia produzir mais de 15 milhões de toneladas de alimentos e 278 milhões de mudas, além de gerar 69.000 empregos nas próximas três décadas. Essa recuperação é obrigatória de acordo com o Código Florestal de 2012 e requer um investimento de R$ 25,3 bilhões, com um retorno estimado de R$ 45 bilhões em receitas líquidas, ou seja, 1,8 vezes o valor investido.

Estratégias para a recuperação florestal

A pesquisa propõe dois métodos para a restauração. Nas áreas com baixo ou médio potencial de regeneração natural, que totalizam 178.600 hectares, seriam aplicados sistemas agroflorestais, que combinam cultivos agrícolas com árvores e arbustos, permitindo a produção de alimentos enquanto se restaura a vegetação. Por outro lado, nas áreas com alto potencial de regeneração, seria implementada a restauração passiva, um processo em que o ecossistema se recupera sem intervenção humana direta.

O impacto ambiental dessa recuperação seria significativo: mais de 186 milhões de toneladas de CO₂ seriam removidas da atmosfera em 30 anos, o que equivale a três vezes as emissões anuais do setor agropecuário no Pará, que em 2023 liberou 54,1 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.

Amazônia
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O desafio de cumprir os compromissos climáticos

Rafael Giovanelli, gerente de pesquisa do Instituto Escolhas, destaca a urgência dessas ações: “O Governo deve acelerar a restauração dessas áreas para chegar à COP30 com avanços concretos na meta assumida no Acordo de Paris. O Pará é chave nessa estratégia, pois abriga 30% dos assentamentos rurais do país e mais de 205.000 famílias assentadas, um recorde nacional”.

Embora o programa Florestas Produtivas, lançado em 2024 pelo Governo Federal, busque recuperar áreas degradadas por meio de sistemas agroflorestais, os fundos atuais são insuficientes. Até o momento, o programa destinou R$ 15 milhões para atender a 1.680 famílias no Pará, e recentemente lançou um chamamento de R$ 150 milhões para restaurar a vegetação em diversos estados da Amazônia.

“Os recursos atuais não são suficientes. Apenas no Pará são necessários R$ 25 bilhões. No entanto, nosso estudo mostra que esse investimento geraria milhares de empregos e milhões de toneladas de alimentos, beneficiando tanto a economia quanto o meio ambiente”, conclui Giovanelli.

O desafio é grande, mas com a COP30 no horizonte, o Brasil tem a oportunidade de transformar a recuperação de suas florestas em um modelo de desenvolvimento sustentável.

O que é a COP30 e quando será realizada?

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, cuja 30ª edição ocorrerá de 10 a 21 de novembro de 2025, no desativado Aeroporto Brigadeiro Protásio Oliveira, na cidade de Belém, Pará, conforme anunciado pela ONU em 18 de maio de 2023.

A cidade brasileira já havia se candidatado como sede durante a COP 27, realizada em Sharm el-Sheji, Cairo, que contou com a participação do presidente do Brasil, Lula da Silva, e foi oficializada em janeiro de 2023.

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