Preocupação com o Perito Moreno: imagens de satélite revelam seu recuo

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A preocupação com o glaciar Perito Moreno, um dos mais emblemáticos do planeta, está sob a análise da ciência. Duas imagens tiradas pelo satélite europeu Sentinel-2, com uma diferença de pouco mais de três meses —entre janeiro e abril de 2025—, mostram uma marcante retração em sua frente.

A comparação foi feita pelo doutor Xabier Blanch, da Universitat Politècnica de Catalunya, e divulgada nas redes sociais. Blanch, especialista em monitoramento glaciológico, adverte que não é adequado interpretar essas mudanças como uma perda definitiva.

O glaciar, assim como outros corpos de gelo, experimenta movimentos sazonais, e para estabelecer um recuo concreto, é necessário comparar imagens de anos consecutivos na mesma época. Mesmo assim, as variações visíveis refletem uma dinâmica de mudança que merece ser analisada com mais profundidade.

Glaciar Perito Moreno, Lago Argentino
Glaciar Perito Moreno, Lago Argentino

Um plano que busca medir o degelo no glaciar

Com esse objetivo, Blanch lidera uma equipe multidisciplinar de engenheiros e pesquisadores da Espanha, Alemanha e Colômbia, que desde o verão passado está conduzindo um ambicioso projeto de monitoramento no glaciar. Eles instalaram oito câmeras de alta resolução em um promontório rochoso localizado a 215 metros da frente glacial para registrar, a cada 30 minutos, imagens da área.

Essas fotografias serão utilizadas para construir modelos em três dimensões através de inteligência artificial, o que permitirá calcular com precisão os volumes diários de gelo desprendido, fenômeno conhecido como calving. Assim, busca-se estabelecer um sistema de monitoramento em tempo real que fornecerá dados concretos sobre a evolução do glaciar e os efeitos das mudanças climáticas em uma das joias naturais da Patagônia.

O Glaciar Perito Moreno sofrerá um drástico recuo se perder contato com a península

O Glaciar Perito Moreno, uma das maravilhas naturais mais emblemáticas da Argentina, enfrenta uma ameaça preocupante. Segundo um relatório do centro glaciológico Glaciarium, se as condições atuais persistirem, o glaciar poderia se desconectar da península Magallanes e entrar em uma fase de recuo irreversível.

O relatório se baseia em dados coletados pela Estação GPM, uma estação meteorológica localizada na margem sul do glaciar Perito Moreno desde 1995. Esses dados mostram um aumento constante da temperatura atmosférica na região nos últimos 28 anos.

“Já registra dados há 28 anos, que evidenciam o aquecimento atmosférico na região”, indica o relatório. Destaca-se que a temperatura média anual aumentou 0,8 °C nesse período, e os verões tiveram um aumento significativo nas temperaturas máximas.

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