Lourdes Higueras, recém-formada pela Universidade Nacional da Terra do Fogo, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul (UNTDF), fez uma importante descoberta em seu trabalho de conclusão de curso: a identificação de uma nova espécie de peixe de água doce nunca antes registrada na província.
O Instituto de Ciências Polares, Meio Ambiente e Recursos Naturais (Icpa) da UNTDF celebrou com orgulho a graduação de Lourdes, que apresentou sua tese intitulada “Validação da presença do gênero Aplochiton (Pisces: Galaxiidae) na Terra do Fogo” em 18 de dezembro passado. Esta pesquisa serviu para confirmar a presença de Aplochiton zebra, uma espécie de água doce previamente desconhecida nos riachos fogoenses. Esta descoberta representa um avanço significativo no conhecimento da biodiversidade aquática da região.
A pesquisa foi orientada pela Dra. Cristina Nardi, professora adjunta e pesquisadora do Conicet no Icpa-UNTDF, e coorientada pelo Dr. Tomás Chalde, pesquisador do Cadic-Conicet. Lourdes utilizou uma combinação de análises morfológicas e técnicas moleculares baseadas em DNA para validar a presença dessa espécie na ilha.
De fato, a descoberta de Aplochiton zebra tem importantes implicações para a conservação e o manejo sustentável dos ecossistemas aquáticos na Terra do Fogo. Esta descoberta destaca a riqueza natural da província e a necessidade de continuar explorando sua biodiversidade para protegê-la adequadamente. Além de ressaltar a excelência investigativa de Lourdes Higueras, este feito reforça o compromisso da UNTDF com a formação de profissionais de alto nível e a promoção do conhecimento científico.
As características desta nova espécie de peixe de água doce
A peladilla listada ou farionela listada (Aplochiton zebra) é uma espécie do gênero de peixes eurihalinos Aplochiton, da família Galaxiidae na ordem Osmeriformes. Habita águas frias a frio-temperadas do sul da América do Sul. Esta espécie atinge os 27,8 cm de comprimento total e vive em águas frias a frio-temperadas do centro-sul e sul do Chile e do oeste e sudoeste da Argentina, nos lagos e rios da cordilheira, além das Ilhas Malvinas. Isso se deve ao seu habitat anádromo.
Esta espécie, descrita originalmente em 1842 pelo naturalista inglês Leonard Jenyns, difere de Aplochiton taeniatus por seu corpo. Este exemplar é mais alto, suas barbatanas ventrais mais próximas das peitorais, seu maxilar é mais curto, e sua cabeça é proporcionalmente mais curta e larga.
Além disso, eles podem ser reconhecidos por sua coloração prateada, que se torna branca na região ventral, sendo dourada nas barbatanas, especialmente na metade apical. Além disso, nos flancos, sobre um fundo cinza, exibem barras transversais irregulares, além de pontos escuros que cobrem todo o corpo.
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