A região subpolar do Atlântico Norte experimentou taxas de acidificação mais rápidas nos últimos dez anos em comparação com décadas anteriores, revelando uma mudança nos padrões físicos do oceano.
Isso foi revelado por um estudo liderado por Espanha e Rússia e publicado na revista científica internacional Biogeosciences em 13 de janeiro.
Pesquisa liderada pelo QUIMA
O Grupo de Química Marinha (QUIMA) do Instituto de Oceanografia e Mudança Global (IOCAG) da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC) liderou a pesquisa, realizada em colaboração com o Instituto de Investigaciones Mariñas de Vigo (ambos na Espanha) e o Instituto de Oceanologia P. Shirshov, pertencente à Academia Russa de Ciências.
Conforme divulgado pela ULPGC, a pesquisa revelou taxas de acidificação do Atlântico mais aceleradas, ou seja, menor salinidade e maior oxigenação, bem como uma perda de minerais essenciais para os organismos marinhos.
Ameaça para organismos marinhos
“A acidificação oceânica representa uma ameaça para os organismos marinhos e ecossistemas, com impactos sucessivos na cadeia trófica e potencialmente em fatores socioeconômicos, sendo crucial o estudo de suas tendências no desenvolvimento de planos de mitigação“, destaca o comunicado.
A pesquisa foi realizada entre 2009 e 2019, coletando e analisando amostras de água do mar da superfície até o fundo. O objetivo foi determinar variáveis fisicoquímicas, enquanto avaliava a dinâmica do sistema de carbono oceânico na região subpolar com base nos dados coletados ao longo desses dez anos.
Impacto do CO2 Antropogênico
Segundo a pesquisa, as mudanças nos padrões físicos aumentaram o acúmulo da fração de CO2 antropogênico, ou seja, a parte do dióxido de carbono que aumenta devido à atividade humana. Como consequência, a nota indica que a perda de minerais como calcita e aragonita, fundamentais para os organismos marinhos, foi acelerada.
Nesse sentido, o Atlântico Norte subpolar é uma região crucial do ponto de vista oceanográfico e um “ponto quente” das mudanças climáticas, com impactos que se estendem globalmente, afirmam os especialistas do estudo.
Importância da pesquisa
“Estudar os processos nessa área é essencial para entender melhor como a mudança climática afeta em escalas regionais dentro da bacia do Atlântico e, em última instância, os demais oceanos”, destaca a ULPGC no comunicado.
Com essa pesquisa, não apenas é possível ter uma análise detalhada dos padrões físicos e biogeoquímicos das três grandes bacias longitudinais da região, mas também compreender como o oceano respondeu às mudanças na última década, o que pode ajudar os cientistas a antecipar cenários futuros e melhorar as projeções sobre a evolução da área e de os ecossistemas marinhos que abriga.
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