Um achado inesperado em um cemitério de Leipzig deu origem a uma revolução na reciclagem de plásticos. A enzima PHL7, capaz de degradar mais de 90% do PET em apenas 12 horas, impulsionou a criação da ESTER Biotech, uma startup alemã que aposta em [uma solução ecológica e eficiente](https://noticiasambientales.com/residuos/el-detras-de-escena-del-reciclaje-avanzado-solucion-real-o-promesa-vacia-contra-la-contaminacion-plastica/) para o problema global dos resíduos plásticos.
A empresa utiliza um processo de hidrólise enzimática para decompor o plástico em seus componentes originais. Ao contrário da reciclagem mecânica ou química, [esta técnica não gera tóxicos](#), [não requer alta pressão e permite recuperar materiais sem perda de qualidade](#). Até mesmo pode processar plásticos multicamada, considerados impossíveis de reciclar até agora.
Com apenas 0,06% de enzima, [o sistema alcança uma reciclagem profunda e limpa](#). Além disso, seu consumo energético é baixo, tornando-o uma alternativa ecológica e escalável. A inteligência artificial também desempenha um papel fundamental, auxiliando no design de novas enzimas adaptadas a diferentes resíduos.
Atualmente, [a ESTER Biotech opera em pequena escala](#), mas já planeja expandir com grandes reatores industriais. A meta para 2030: reciclar 45.000 toneladas de plástico por ano com [tecnologia verde](#).
 A existência da enzima pode ajudar a combater a contaminação por plástico.
## Controvérsia pela enzima PHL7 na reciclagem plástica
A enzima PHL7 foi celebrada por [sua capacidade de decompor plásticos PET em poucas horas](#), mas seu uso em larga escala gerou preocupação entre certos setores ambientais. Embora não utilize produtos químicos tóxicos, sua aplicação industrial [requer condições de temperatura e manipulação que poderiam alterar ecossistemas](#) se não forem controladas adequadamente.
Especialistas alertam que a [liberação acidental dessa enzima em ambientes naturais poderia afetar a biodegradação de materiais orgânicos](#) não alvo. Ao atuar sobre ligações de éster, existe o risco de interferir nos processos naturais de decomposição, alterando ciclos biológicos em solos ou corpos d’água.
Além disso, a produção em larga escala de PHL7 exige fermentação biotecnológica intensiva, o que [poderia resultar em emissões ou resíduos](#) se as plantas industriais não adotarem padrões rigorosos de sustentabilidade. Isso levanta dúvidas sobre a pegada ambiental total do processo, para além de sua eficiência em laboratório.
Embora não tenha sido demonstrado um impacto negativo direto, [vários cientistas pedem regulamentações claras e monitoramento contínuo](#). Garantir que a enzima não represente uma ameaça indireta é fundamental para sua aceitação como uma solução ecológica e não um novo risco ambiental.
 ESTER Biotech descobriu a existência de uma enzima que ajuda a reduzir a contaminação por plástico. Foto: ESTER Biotech.
## De resíduo tóxico a recurso circular
O modelo da ESTER, que conta com a existência de uma enzima que [ajuda a reduzir a contaminação por plástico](https://noticiasambientales.com/residuos/america-latina-y-el-caribe-avanzan-en-la-lucha-contra-la-contaminacion-plastica/), vai além do simples reciclagem: propõe um verdadeiro upcycling. Em vez de [transformar resíduos em plásticos de menor qualidade](#), recupera materiais puros adequados para novos produtos de alto valor, incluindo têxteis sintéticos e bioplásticos como PLA ou PBAT.
Este enfoque [permitiria evitar a incineração, reduzir emissões de CO₂](#) e dispensar o uso de petróleo na fabricação de novos plásticos. Ao mesmo tempo, oferece uma solução para os resíduos mais problemáticos, como os plásticos sujos ou multicamada.
Com preços competitivos e o respaldo de políticas europeias de sustentabilidade, [a ESTER Biotech poderia transformar até 18 milhões de toneladas de plástico por ano até 2050](#). O futuro da reciclagem, mais do que mecânica ou química, pode ser enzimático.
A [inovação, ciência e consciência ambiental](#) se unem para oferecer uma saída real para o colapso global do plástico. A ESTER Biotech demonstra que a mudança começa ao nível molecular.