Chuva Sólida, são como grãos de açúcar, polímeros, que se expandem e captam 400 vezes o seu peso em água, transformando-se em uma gelatina que visa enfrentar a escassez de água que afeta 60% do território do México.
Leonardo Rico, criador da Chuva Sólida junto com seu pai em 2007, diz: “No início, a ideia era buscar uma alternativa de como economizar água na irrigação agrícola. Sabemos que existem outros sistemas de irrigação, como por aspersão e gotejamento, que são mais eficientes que a irrigação convencional, mas de qualquer forma, um certo percentual de água continua sendo desperdiçado por evaporação e infiltração. Então, avaliamos outra alternativa que poderia existir, que surgiu desde o início de forma muito simples, como é a fralda descartável“.
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A diferença do hidrogel, este polímero é feito à base de potássio que nutre o solo e permite capturar melhor as moléculas de água.
Fundaram a empresa em 2012 e sua inovação foi aproveitada por 4000 produtores em todo o país.
A Chuva Sólida multiplica o rendimento da cultura, sua germinação e sobrevivência. As raízes absorvem a água de que necessitam e o pó granulado pode durar de 6 a 8 anos.
“E este pedacinho de água, à medida que é liberado, vai ficando mais pequeno. Para que retorne à sua forma original, que é o granulado. E ao regar novamente. Ou quando volta a chover, ele se reidrata e assim o processo se repete durante vários anos, que é a vida útil da Chuva Sólida”, diz Rico.
Uma inovação testada nesta cultura de quintal. Marcos León é o distribuidor da Chuva Sólida em Hidalgo, estado no coração do México.
Marcos, agrônomo, confia que este sistema de irrigação ajude a reduzir a sobreexploração da água que tem secado os aquíferos desta região semiárida.
Metade dos municípios de Hidalgo sofrem de seca extrema
Joana, uma das estudantes que realizam seu serviço social nesta parcela de experimentação, viveu isso, sua família ainda utiliza métodos de irrigação rudimentares e seus campos estão esgotados.
O milho requer de 500 a 800 mm anuais de precipitação e na zona caem apenas 430 mm. Esta tecnologia a surpreendeu e a incentivou a adotá-la em sua comunidade.
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“Principalmente em minha família, ainda mantemos o tradicional, com sistemas de irrigação por rolos, ainda não implementamos muito os sistemas de irrigação automatizados, mas simplesmente, este tipo de tecnologia como a Chuva Sólida é um grande benefício, acredito que é muito importante porque reduziríamos o gasto de água”, diz Joana Bárcena, estudante de agricultura familiar.
A economia de água com a Chuva Sólida varia de 70 a 90%
Depende do tipo de cultura e da quantidade de água aplicada, embora seu investimento possa parecer elevado no início, é recuperado no primeiro ciclo agrícola.
Apesar de seus benefícios, a Chuva Sólida encontrou bastante resistência entre os agricultores para abandonar suas práticas de toda a vida.
O primeiro agricultor a implementar Chuva Sólida
O primeiro que deu o passo foi Amado Magos em sua área de milho. Ele enterrou polímeros junto com as sementes em 24 sulcos. Dado que essa porção de terra era muito mais resistente, ele obteve um forragem com mais espigas, mais nutrientes, enfim, mais produtivo. Este agricultor depende de uma boa colheita para o sustento de sua família.
“Realmente sim, uma diferença tremenda foi notada, eu diria, comparando com quando a planta não tinha Chuva Sólida, tinha bastante estresse por seca, a planta em cima se apresentava normal. Então, sim, às vezes falamos de uma diferença de zero a 8 dias pode nos permitir receber uma chuva ou água que nos faria a planta atingir seu objetivo”, comenta Amado Magos, produtor de milho.
Em Hidalgo, 4 em cada 10 lares vivem na pobreza
No município de Huichapan em H