A falta de proteínas é uma das principais causas de desnutrição em países com economias vulneráveis, onde as dietas dependem de culturas básicas com baixo teor proteico.
Para abordar este problema na Namíbia, os pesquisadores desenvolveram um projeto de alimentação e nutrição, capacitando os agricultores no uso de biofertilizantes para melhorar a produção de leguminosas enriquecidas com proteínas.
Uma aposta na biotecnologia e na agricultura sustentável
O projeto, liderado pela Universidade de Ciência e Tecnologia da Namíbia, busca melhorar a produtividade agrícola e a nutrição na comunidade de Mayana, na região de Kavango East.
Para agricultores como Natilia Rengi, que antes enfrentava dificuldades para alimentar sua família de 12 pessoas, a aplicação de biofertilizantes aumentou seus rendimentos, garantindo o acesso a refeições nutritivas.
Desenvolvimento de biofertilizantes para melhorar as culturas
Segundo Oswald Mughongora, oficial da Comissão Nacional de Pesquisa, Ciência e Tecnologia da Namíbia, o projeto está alinhado com os objetivos de uma agricultura climaticamente inteligente, integrando o conhecimento indígena.
A equipe desenvolveu cinco tipos de biofertilizantes, selecionando as bactérias mais adequadas para promover o crescimento das plantas.
Até agora, 30 agricultores foram capacitados no uso de biofertilizantes e na produção de feijão-caupi, milheto e amendoim de bambara, culturas ricas em proteínas essenciais.
Impacto na segurança alimentar e na luta contra a desnutrição
A iniciativa FOODSECBIO, financiada pela Iniciativa dos Conselhos de Ciência Apostando na Ciência, pode desempenhar um papel fundamental na redução da desnutrição infantil, fortalecendo a disponibilidade de alimentos nutritivos para comunidades vulneráveis.
Para a doutora Lydia Horn, especialista em melhoramento de plantas, garantir o acesso a sementes a baixo custo é fundamental para a segurança alimentar, promovendo a produção sustentável de alimentos e a criação de empregos.
Rumo a uma agricultura mais eficiente e sustentável
Agricultores como Sofia Kamburu, que ampliou suas culturas para incluir feijão, milheto, amendoim e nozes de bambara, destacam que o projeto melhorou seus conhecimentos e o planejamento agrícola.
A implementação de biofertilizantes nos permite preparar os campos antes da temporada de chuvas, garantindo melhor germinação e colheitas mais produtivas.
À medida que a Namíbia avança em seu modelo de agricultura sustentável, o uso de biotecnologia e o foco em leguminosas ricas em proteínas representam uma solução promissora para a nutrição e a segurança alimentar no país.
Por: Charlotte Nambadja/ SciDev.Net
Foto da capa: John Hogg / Banco Mundial
