A mudança climática sem financiamento para adaptar as cidades é um sério risco. Foi o que alertou a ONU-Habitat, a agência das Nações Unidas para os assentamentos humanos.
Durante o Fórum Global Urbano (WUF12), realizado no Cairo, Egito, a agência fez referência ao “Relatório Mundial das Cidades 2022: Cidades e ação climática“. Este é o principal documento de análise do tema.
O mundo enfrenta um futuro de mudanças climáticas e urbanização rápida com fortes consequências.
Não apenas exporá 2 bilhões de pessoas a temperaturas médias pelo menos 0,5 graus superiores até 2040, mas o fará com uma fração do investimento necessário para adaptar infraestruturas que previnam os riscos associados.
Mudança climática sem financiamento: os graves riscos
As trágicas inundações no sul do Brasil são um exemplo das catástrofes das mudanças climáticas.
O “Relatório Mundial das Cidades 2022: Cidades e ação climática“, é o principal documento de análise desenvolvido pela ONU-Habitat, a agência das Nações Unidas para os assentamentos humanos.
Ele aborda como as cidades contribuem e ao mesmo tempo são vítimas das mudanças climáticas, apresentado no âmbito do Fórum Global Urbano (WUF12) no Cairo.
O documento, com mais de 400 páginas e publicado a cada dois anos, analisa minuciosamente todos os aspectos das cidades e urbanismo sob o prisma da crise climática.
Isso desde a gestão política, como a pobreza e desigualdade, os espaços verdes, o crescimento, ou as infraestruturas, ao mesmo tempo que oferece recomendações de políticas públicas para resolver esses problemas em escala local e global.
“As cidades estão recebendo menos de 20% do financiamento necessário para uma ação climática eficaz e têm problemas para atrair financiamento, especialmente para projetos locais de pequena escala”, destaca o documento.
Segundo o relatório, as cidades precisam de uma estimativa entre 4,5 e 5,4 trilhões de dólares por ano para construir e manter sistemas e infraestruturas resilientes às mudanças climáticas.
No entanto, atualmente, o financiamento mal chega a cerca de 8310 milhões anuais: “apenas uma fração do necessário”.
De fato, Rossbach indicou na apresentação que agora se trata de colocar “as cidades no centro do debate climático” para que o mundo esteja ciente dessa necessidade premente de financiamento.
Crescimento urbano sem controle e mudanças climáticas sem financiamento
Outros detalhes do documento apontam, por exemplo, que as pressões do crescimento urbano sem controle resultaram em uma redução sistemática dos espaços verdes em muitas áreas urbanas, com uma queda do percentual global desses espaços de 19,5% em 1990 para 13,9% em 2020.
O documento também destaca que há cada vez mais concentração de pessoas vivendo em centros urbanos em áreas que serão ou já estão expostas a riscos ambientais, o que resultará em “um impacto das mudanças climáticas progressivamente mais urbanizado”.
Forte aumento da temperatura global
As mudanças climáticas se refletirão fortemente nos aumentos de temperatura em áreas urbanas.
Nesse cenário, 36% da população global viverá em cidades com uma temperatura média anual de 29 graus.
Outros detalhes do documento apontam, por exemplo, que as pressões do crescimento urbano sem controle resultaram em uma redução sistemática dos espaços verdes em muitas áreas urbanas. Isso significa uma queda do percentual global desses espaços de 19,5% em 1990 para 13,9% em 2020.
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