Um megaprojeto imobiliário e uma contundente denúncia a respeito mantém em alerta a cidade de Mar del Plata.
As autoridades promovem a construção de um complexo de 9 edifícios e vizinhos e ativistas asseguram que trará graves consequências ambientais. É que será feito junto a uma reserva que também é um sítio arqueológico.
Um seleto grupo de desenvolvedores privados junto com representantes da UOCRA (o sindicato da construção) e funcionários públicos enfatizam que os projetos imobiliários trarão progresso e mais emprego.
Por outro lado, uma grande porção da comunidade marplatense realiza críticas e denúncias ao detectar graves falhas legais e técnicas no momento de conceder permissões que “não medem as consequências ambientais e sociais”.
O megaprojeto imobiliário que alerta Mar del Plata
A Reserva Explanada é um megaprojeto imobiliário que busca construir 9 edifícios de 12 metros de altura com garagens subterrâneas em uma das praias sul da cidade (na rota 11 KM 530, bairro Alfar).
As denúncias na cidade de Mar del Plata.
Chegou à Justiça com a denúncia de diversas instituições, especialistas e vizinhos da cidade de Mar del Plata que se opõem pelo impacto ambiental, habitacional, arqueológico e turístico que implicaria seu desenvolvimento.
As obras começam?
Segundo detalhou EldiarioAR, para começar as obras, o fideicomisso espera a Declaração de Impacto Ambiental, entre outras permissões que estão pendentes. Sem isso, a empresa de construção CROMAR SA, a qual participa do projeto, não pode avançar.
No entanto, diferentes imobiliárias da região vazaram para o mesmo meio que desde o final de 2023 estão sendo vendidos lotes com apartamentos divididos em 9 módulos.
Os principais pontos das denúncias
A localização escolhida é um dos grandes pontos de tensão. É que o terreno onde estão projetadas as moradias está localizado na primeira linha de dunas vizinhas à Reserva Florestal Paseo Costanero Sur.
Trata-se de um extenso setor da costa marplatense que vai desde o Farol até Los Acantilados e que está sob domínio privado da sociedade anônima Playas del Faro, empresa que responde aos herdeiros da família fundadora Peralta Ramos.
Nesta linha, desde o Colégio de Arquitetos da província de Buenos Aires distrito 9, em um extenso e detalhado relatório, alertaram sobre múltiplas consequências negativas.
Entre elas, a fragilidade ambiental, o desmatamento de espécies plantadas, o impacto na remoção de dunas.
Além disso, o perigo das construções que impermeabilizam o terreno e podem causar inundações maiores tanto no terreno do projeto como nos bairros adjacentes. O valor paleontológico e arqueológico que não está sendo considerado e o acesso às praias públicas, entre outros pontos conflituosos.
A ordenança questionada
O que acontece em Mar del Plata.
Segundo os denunciantes, o problema começou no final de 2022, quando o Conselho Deliberante de General Pueyrredón aprovou a ordenança 25.848/222 em um tratamento legislativo “expresso”.
Esta permitiu ampliar as possibilidades de edificação de moradias multifamiliares em zonas de fragilidade de dunas e reserva florestal.
Entre as últimas ações que visibilizam o conflito, a Assembleia Playas del Sur organizou uma marcha no último domingo, dia 12, em “defesa das praias públicas do sul”, que partiu pela costa desde o arroio Corrientes e se deslocou até a Reserva Educativa Verde Mundo.
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