Todos os anos, o Centro de Resgate e Reabilitação da **Fundação Mundo Marino** realiza um registro e análise das principais **ameaças à fauna marinha** que apresentam no momento de serem assistidas.
**Resultado das ameaças à fauna marinha**
Durante 2024, um total de **327 animais**, entre mamíferos marinhos, répteis e aves marinhas, necessitaram de algum tipo de assistência. Deste total, 225 animais foram encontrados vivos: **137 precisaram ser levados ao [centro de resgate](https://noticiasambientales.com/animales/rescatan-un-lobo-marino-gravemente-herido-por-una-red-de-pesca-en-el-partido-de-la-costa/)** para iniciar um processo de reabilitação e **88 foram atendidos na praia** por apresentarem condições menores ou estarem simplesmente passando por **processos naturais como descanso** ou troca de pelagem, como no caso dos pinípedes.
![Presión de turistas que amenazan a la fauna marina en su descanso](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2025/01/Presion-de-turistas-que-amenazan-a-la-fauna-marina-211×300.png)
Infelizmente, dos 327 animais registrados, **92 foram encontrados mortos na praia**. Dos 137 animais que foram levados ao centro de resgate, **65 puderam ser reintegrados**, enquanto **72 faleceram** devido à gravidade das condições com as quais chegaram.
Sobre as principais ameaças que a fauna marinha apresentou ao longo de 2024, em primeiro lugar a **falta de alimento foi a principal condição**, representando quase 27% dos casos.
De um total de 88 animais afetados por **problemas de desnutrição**, as duas espécies mais afetadas foram os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) e os Lobos Marinhos do Atlântico Sul (Arctocephalus australis), com 48 e 21 casos, respectivamente.
**A ameaça dos pinguins-de-Magalhães**
“No caso dos **pinguins-de-Magalhães**, quase todos os casos envolveram animais jovens que estavam realizando sua primeira migração trófica.
Eles chegam ao nosso centro de resgate com um quadro conhecido como **”síndrome do pinguim encalhado”**: animais com baixo peso, desidratados, anêmicos e hipotérmicos, com alto grau de parasitismo.
Por algum motivo em sua migração da nossa **Patagônia até o Brasil**, **não encontram alimento suficiente**.
Além disso, esses animais, como acontece com outras espécies marinhas, se não encontram alimento, **ficam desidratados**, pois absorvem a água do alimento sólido que ingerem”, esclarece Rodríguez Heredia.
Em segundo lugar, destaca-se com 26,2% dos casos, o **assédio do público e seus animais de estimação**.
Isso foi refletido principalmente no caso dos pinípedes que estão descansando na praia ou passando por processos fisiológicos naturais como a **troca de sua pelagem**.
De um total de 86 animais afetados por essa causa, as espécies que sofreram essa ameaça foram o Elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina), o Lobo Marinho do Atlântico Sul e o Lobo Marinho do Atlântico (Otaria flavescens).
**Por que é aconselhável não se aproximar**
“É compreensível a **curiosidade que esses animais despertam**, mas as pessoas devem entender que **a praia também é o habitat deles**.
Os pinípedes vão à praia para **descansar** ou **trocar de pelagem**.
Qualquer tipo de interação das pessoas com esses animais que estão descansando coloca em **risco sua sobrevivência** porque o descanso é uma etapa fundamental para o ciclo biológico deles.
Além disso, deve-se lembrar que são **animais selvagens** e em contato com os seres humanos, **podem transmitir uma zoonose**”, explicou Sergio Rodríguez Heredia, biólogo e responsável pelo Centro de Resgate da Fundação Mundo Marino.
![Ameaças para a fauna marinha](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2025/01/amenazas-´para-la-fauna-marina-Tortuga-Helice-300×169.png)
Por fim, embora não tenham sido registrados **casos em um nível alarmante**, chamaram a atenção os **problemas de feridas** em pinípedes causados por **redes de pesca abandonadas e ingestão de lixo** em tartarugas marinhas.
Foram registrados um total de 6 pinípedes que **tiveram interação com lixo de pesca abandonado e um caso de uma tartaruga-de-couro** que, durante seu processo de reabilitação, expeliu plástico.
“A interação negativa com o **lixo** é especialmente evidente no caso das tartarugas marinhas, especialmente na espécie verde.
No caso dessa espécie, **96% das tartarugas vivas que entram em nosso centro acabam expelindo lixo**.
Elas confundem isso com seu alimento e, ao acumular-se em seus sistemas digestivos, **pode acabar afetando sua sobrevivência**.
É importante tomar consciência da **responsabilidade que temos com os resíduos que geramos quando vamos à praia**”, afirmou Karina Álvarez, responsável pela Conservação da Fundação Mundo Marino.
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