Uma nova onda de exploração petrolífera está avançando na Amazônia, com projetos em Guiana, Brasil, Equador, Peru e Colômbia que têm gerado preocupações quanto ao seu impacto ambiental.
A desmatamento e poluição de corpos d’água são os principais alertas desse processo, que ocorre justamente quando o mundo debate a redução da dependência dos combustíveis fósseis.
O avanço desses projetos coloca em risco um ecossistema essencial para o equilíbrio climático global e afeta diretamente as comunidades indígenas que dependem do seu entorno.
Leilão de petróleo no Brasil: desenvolvimento ou ameaça ambiental?
O Ministério Público Federal (MPF) do Brasil recomendou a suspensão do leilão de 47 blocos petrolíferos na foz do rio Amazonas, apontando riscos socioambientais e climáticos.
O leilão, previsto para 17 de junho, envolve áreas que não despertaram interesse em leilões anteriores ou não obtiveram licença de operação.
Segundo o MPF, expandir a fronteira petrolífera na Amazônia vai contra os esforços de descarbonização global e os compromissos climáticos do Brasil, que se prepara para sediar a COP 30.
Advertências e exigências ambientais
A Procuradoria brasileira estabeleceu um prazo de 72 horas para que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) informe sobre as medidas adotadas.
Embora a recomendação não seja obrigatória, o descumprimento poderia resultar em ações civis e penais contra os responsáveis.
O MPF argumenta que:
- Nos leilões anteriores, apenas 14 blocos foram concedidos, e nenhum obteve licença de operação.
- As empresas não demonstraram capacidade de resposta a vazamentos de petróleo.
- É necessário realizar consultas prévias com as comunidades indígenas e tradicionais, um aspecto que não foi incluído nos contratos de licitação.
Controvérsia política e apoio à Petrobras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou os planos da Petrobras para explorar reservas petrolíferas em águas profundas na foz do Amazonas.
A empresa espera obter uma licença do Ibama, a autoridade ambiental do Brasil, para iniciar operações na região, considerada de alto potencial petrolífero.
No entanto, ONGs ambientalistas e membros do governo expressaram preocupação, pois a região é de extrema sensibilidade socioambiental, com:
- Comunidades indígenas.
- Manguezais e recifes de coral.
- Espécies ameaçadas, como o boto cinza e o peixe-boi.
Amazônia saudável ou exploração petrolífera?
A iniciativa levanta um debate sobre o futuro ambiental da região, pois uma expansão petrolífera mal gerenciada pode ter consequências irreversíveis.
Com a COP 30 no horizonte, o Brasil enfrenta uma decisão crucial entre impulsionar a indústria petrolífera ou reforçar sua liderança na conservação ambiental.