As mudanças climáticas são uma das principais ameaças à saúde no século XXI, afetando especialmente aqueles que sofrem de doenças respiratórias como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Nesse contexto, o Ministério da Saúde da Espanha lançou uma iniciativa para promover o uso de inaladores com menor impacto ambiental, destacando a importância da sustentabilidade no sistema de saúde sem comprometer a segurança do paciente.
O guia apresentado pelo secretário de Estado da Saúde, Javier Padilla, e pelo responsável de Saúde e Mudanças Climáticas, Héctor Tejero, promove a prescrição de inaladores de pó seco e névoa fina nos casos em que seja possível. Esses dispositivos têm uma pegada de carbono menor em comparação com os inaladores pressurizados tradicionais, cujo uso representa cerca de 10% do impacto ambiental do setor farmacêutico.
No entanto, as autoridades enfatizam que qualquer mudança deve ser feita sem afetar o controle da doença. A segurança do paciente e sua adesão ao tratamento são a prioridade, portanto a transição para opções mais sustentáveis deve ser feita em momentos apropriados, como em novos diagnósticos ou ao modificar o tratamento por razões clínicas.

Um sistema de saúde mais ecológico
O Ministério da Saúde destaca a necessidade de avançar para um Sistema Nacional de Saúde com menor impacto ambiental. Atualmente, os medicamentos representam aproximadamente 30% da pegada de carbono do setor de saúde, o que reforça a urgência de adotar estratégias mais sustentáveis.
No entanto, Padilla enfatiza que a sustentabilidade deve andar de mãos dadas com a qualidade assistencial. “É fundamental evitar tanto o sobrediagnóstico quanto o subdiagnóstico, garantindo que os tratamentos sejam adequados para cada paciente”, disse. Além disso, ele ressaltou a importância da educação terapêutica, já que um uso correto dos inaladores não só melhora sua eficácia, mas também otimiza os recursos e reduz seu impacto ambiental.
Reciclagem e uso responsável de inaladores
Outro ponto-chave na estratégia de sustentabilidade é a gestão correta dos inaladores usados. Recomenda-se aos pacientes levar os dispositivos usados ou vencidos aos pontos de reciclagem em farmácias, dentro do sistema de coleta SIGRE.
A transição para inaladores com menor pegada de carbono é um passo importante dentro de uma abordagem mais ampla para reduzir o impacto ambiental do setor de saúde. No entanto, as autoridades insistem que qualquer mudança deve ser individualizada e consensual com o paciente, priorizando sempre seu bem-estar e o controle adequado da doença.

Para que servem os inaladores e qual é seu impacto no meio ambiente?
Os inaladores são usados para administrar medicamentos aos pulmões, mas podem contribuir para as mudanças climáticas.
Como impactam o meio ambiente?
- Os inaladores pressurizados contêm gases propelentes que contribuem para o aquecimento global, enquanto os inaladores de dose medida (pMDI) têm uma pegada de carbono considerável.
- Os gases fluorados dos inaladores pressurizados são potentes gases de efeito estufa.
É possível reduzir seu impacto?
- Utilizar inaladores de pó seco (DPI) ou inaladores sem propelente (NPI).
- Descartar os inaladores nas farmácias, onde podem ser incinerados ou reciclados.
- Optar por inaladores que sejam mais respeitosos com o meio ambiente.
Como os médicos podem ajudar?
- Garantir diagnósticos precisos antes de prescrever.
- Ajudar os pacientes a otimizar o controle da doença.
- Escolher inaladores diferentes dos pMDI.
O que são os inaladores de pó seco?
- Os inaladores de pó seco são controlados pela respiração e não contêm nenhum propelente.
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