Mendoza conta com novas terras públicas em La Payunia para conservar o guanaco.

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Num avanço importante para a conservação da biodiversidade, o governo de Mendoza incorporou 40 mil hectares de terras privadas à Área Natural Protegida La Payunia, garantindo assim um habitat seguro para a maior migração de guanacos do mundo. A iniciativa foi realizada graças à doação de terras pela WCS Argentina, Greater Good Charities e GreaterGood.com, que foram aceitas pela província e agora fazem parte do domínio público.

A oficialização da doação ocorreu em 19 de março, com a presença do governador Alfredo Cornejo, que destacou a importância dessa incorporação para a preservação do ecossistema. “Aceitamos com satisfação essa doação, que em breve submeteremos à Legislatura provincial para aprovação. Mendoza é a província com mais áreas naturais protegidas do país”, afirmou Cornejo.

La Payunia, localizada no departamento de Malargüe, é um território de beleza imponente, caracterizado por suas paisagens vulcânicas e sua grande diversidade de espécies autóctones, incluindo o choique, o puma, o gato andino e o condor andino. No entanto, sua maior particularidade é abrigar a migração de entre 25 e 40 mil guanacos, que percorrem até 150 quilômetros em seus deslocamentos sazonais. Essa mobilidade é fundamental para sua sobrevivência, mas é ameaçada em outras regiões da Patagônia pela fragmentação do território devido a estradas e cercas.

As terras recentemente incorporadas fazem parte da área de deslocamento invernal dos guanacos e complementam a integração de 42 mil hectares já protegidos desde 2019. A compra e doação dessas terras permitirá evitar atividades prejudiciais ao ecossistema, como a pecuária tradicional, a caça furtiva e a extração de hidrocarbonetos.

La Payunia é a maior área protegida de Mendoza. Foto: WCS Argentina.
La Payunia é a maior área protegida de Mendoza. Foto: WCS Argentina.

Conservar o guanaco e proteger o parque

Jimena Latorre, ministra de Energia e Meio Ambiente de Mendoza, afirmou que buscará a categorização dessas terras como Parque Provincial, o que garantiria o mais alto nível de proteção de acordo com a legislação mendocina. Por sua vez, Mariano González Roglich, diretor da WCS Argentina, destacou a importância da colaboração entre o setor público e privado para alcançar esses objetivos.

A conservação do guanaco é fundamental para o equilíbrio ecológico. Seu papel no ecossistema inclui a regeneração de pastagens e o armazenamento de carbono no solo, além de ser uma fonte de alimento para pumas e condores. Em 2024, a espécie foi incluída no Apêndice II da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias, reforçando a necessidade de sua proteção.

Com suas 665 mil hectares, La Payunia é a maior área protegida de Mendoza e uma das mais extensas da Patagônia. Seu potencial turístico e científico a torna um espaço-chave para a pesquisa e o desenvolvimento sustentável. Além disso, o valor natural da região é um dos fatores que a posiciona como candidata a ser declarada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.

A aquisição e doação dessas terras é um marco, graças ao esforço conjunto da Subsecretaria de Meio Ambiente, da Direção de Áreas Naturais Protegidas de Mendoza e de várias ONGs, que iniciou em 2013. Após esse feito, a colaboração da WCS Argentina, da Fundação Vida Silvestre Argentina e o financiamento de Greater Good Charities e GreaterGood.com possibilitaram um passo fundamental para a preservação de um dos ecossistemas mais valiosos da Argentina.

Novas terras para a Reserva Natural La Payunia. Foto: WCS Argentina.
Novas terras para a Reserva Natural La Payunia. Foto: WCS Argentina.

Qual é o estado de conservação da espécie?

Embora a nível continental, os guanacos não estejam ameaçados de extinção, também é verdade que em nível local e regional, essa espécie corre o risco de desaparecer. Os principais fatores de risco para sua existência estão relacionados com a alteração de seu habitat, a competição pela introdução de gado ovino, sem mencionar a caça indiscriminada e a falta de medidas de proteção.

Diante da redução da população, os especialistas afirmam que a gestão sustentável dos guanacos pode impactar positivamente no futuro da espécie, uma vez que isso poderia ajudar a deter sua declinação e recuperar as áreas de distribuição original.

Atualmente, os guanacos ocupam apenas 40% de sua distribuição original, sendo as Reservas La Payunia, na província de Mendoza, e Auca Mahuida, em Neuquén, as regiões mais habitadas. Isso se deve ao fato de estarem localizadas em áreas pouco habitadas, de difícil acesso e em ambientes de baixa produtividade onde não se desenvolve a atividade pecuária.

Fonte: WCS Argentina.

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