Um recente estudo científico revelou um dado alarmante sobre a contaminação por metais pesados na Argentina.
Até 1400 milhões de pessoas vivem em áreas afetadas, onde há presença de arsênio, cádmio, cobalto, cromo, cobre, níquel e chumbo.
Isso pode representar um risco significativo para a saúde e o meio ambiente em que vivem. Assim foi relatado em um artigo publicado na semana passada na revista Science.
Contaminação por metais pesados: números alarmantes na Argentina
A contaminação por metais tóxicos está presente nos solos de todo o planeta. No entanto, há uma grande falta de conhecimento sobre sua distribuição global. Por isso, esse estudo começou a corrigir essa lacuna.
Os autores analisaram um banco de dados global de contaminação do solo por esses minerais em 796.084 pontos de amostragem para 1.493 estudos regionais.
Além disso, como inovação, recorreram à inteligência artificial (IA) para mapear áreas com excesso de níveis de risco para a segurança agrícola e a saúde humana.
Contaminação agrícola
Os dados indicam que entre 14% e 17% das terras cultiváveis (ou seja, cerca de 242 milhões de hectares) estariam afetadas pela contaminação de metais tóxicos em todo o mundo.
Nesse sentido, calcula-se que entre 900 e 1400 milhões de pessoas vivem em regiões com maiores riscos para o meio ambiente e a saúde pública devido a essa poluição.
No estudo, os autores lembram que uma vez que ficam no solo, os metais pesados persistem por décadas. Esses contaminantes reduzem o rendimento das colheitas, afetam a biodiversidade e põem em perigo a qualidade da água e a segurança alimentar devido à bioacumulação nos animais de criação.
Apesar das evidências científicas sobre os efeitos e a persistência em , sua distribuição global ainda é pouco conhecida.
Quais são os metais pesados mais comuns
Em termos de minerais, o cádmio é o metal pesado mais comum nos solos do planeta. Especialmente na Ásia meridional e oriental, partes do Oriente Médio e África.
O níquel, cromo, arsênio e cobalto também excedem os limites de segurança em várias regiões, em grande parte devido a uma combinação de fontes geológicas naturais e atividades humanas que os geram, como mineração e indústria.
A contaminação por metais pesados.
Além disso, os resultados apontaram para um “corredor enriquecido em contaminação por metais pesados” transcontinental que se estende pela Eurásia em baixas latitudes, e que provavelmente reflete os efeitos acumulativos da mineração antiga e da fragmentação ou degradação do subsolo rico em metais.
“Esperamos que os dados sobre a contaminação global do solo por metais pesados apresentados neste relatório sirvam de alerta científico para que os responsáveis políticos e os agricultores tomem medidas imediatas e necessárias para proteger melhor os valiosos recursos do solo do planeta”, pediram os autores.
