A guerra, a violência, as perseguições ou as mudanças climáticas obrigará com que o número de deslocados no mundo chegue a aproximadamente 6,7 milhões. Estima-se que essa quantidade de pessoas terá que deixar suas casas nos próximos dois anos, conforme alertou na última sexta-feira uma destacada ONG da Dinamarca.
O Conselho Dinamarquês para os Refugiados (DRC) estima que o número de deslocados forçados, atualmente em 122,6 milhões, aumentará significativamente. Apenas em 2025, prevê-se um “aumento desolador” de 4,2 milhões de deslocados adicionais. Além disso, calcula-se outros 2,5 milhões de deslocamentos forçados até 2026.
Quase metade dos novos deslocados estarão relacionados com conflitos internos no Sudão e em Mianmar, mas essa crise não se limitará a essas regiões. Países como Afeganistão, Venezuela, Síria, Iêmen e República Democrática do Congo também experimentarão um aumento no número de pessoas deslocadas devido a conflitos armados, instabilidade econômica, mudanças climáticas e os estragos de guerras anteriores.
Redução da Ajuda Internacional: uma crise moral
Charlotte Slente, secretária-geral do Conselho Dinamarquês para os Refugiados, enfatizou que essa situação crítica ocorre em um contexto de “devastadores” cortes na ajuda internacional por parte de nações como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. Slente denunciou: “Os principais doadores estão abandonando seu dever, deixando milhões de pessoas sofrendo sem resposta. Isso não é apenas uma crise, é uma falha moral”.
Diante dessa perspectiva sombria, a comunidade internacional enfrenta um desafio monumental para mitigar as crescentes taxas de deslocamento e assistir as pessoas afetadas por essas crises. O relatório do DRC insta os governos e as organizações internacionais a agirem de forma urgente para atender às necessidades dos deslocados e restabelecer os fundos destinados à ajuda humanitária.
Deslocados no mundo: números preocupantes
Os deslocamentos forçados (tanto dentro dos países como internacionalmente) atingiram níveis históricos em todo o mundo no ano passado, revela o Relatório de Tendências Globais de 2024 da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), publicado em junho de 2024.
O aumento global dos deslocamentos forçados, chegando a 120 milhões em maio de 2024, foi o duodécimo aumento anual consecutivo e reflete tanto os conflitos novos e em mudança quanto a incapacidade de resolver crises de longa duração. Esse número faria com que a população mundial deslocada fosse aproximadamente equivalente à população do Japão, o décimo segundo maior país do mundo, destacou a agência.
Em 2023, as crianças menores de 17 anos representaram 40% de todos os deslocados forçados no mundo.
Foto da capa: ACNUR/Eugene Sibomana
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