Os lobos etíopes estão em perigo crítico de extinção. Por isso, em um estudo recente sobre o comportamento alimentar da espécie, surpreendeu ao registrar uma interação incomum.
Fotografaram alguns exemplares se alimentando do néctar da planta Kniphofia foliosa.
A pesquisa foi realizada por cientistas do Programa de Conservação do Lobo Etíope (EWCP, em inglês), uma iniciativa conjunta entre a Unidade de Pesquisa para a Conservação da Vida Selvagem (WildCRU) da Universidade de Oxford, a Autoridade de Conservação da Vida Selvagem da Etiópia (EWCA) e Dinkenesh Etiópia.
O comportamento dos lobos etíopes
Durante o estudo, os pesquisadores observaram como alguns lobos visitavam até 30 flores em uma única viagem, com exemplares de diferentes matilhas, aproveitando essa fonte de alimento.
Esse comportamento é particularmente notável. Pode ser uma das primeiras interações documentadas de polinização entre um predador de grande porte e uma planta.
De acordo com as conclusões, à medida que os lobos se alimentam do néctar da flor Kniphofia foliosa, seus focinhos ficam cobertos de pólen, o que poderia facilitar a transferência de pólen de uma flor para outra.
Essa interação peculiar destaca o papel potencial dos predadores na polinização, um processo geralmente associado a espécies como abelhas, borboletas e aves.
A doutora Sandra Lai, cientista do EWCP na Universidade de Oxford e autora principal do estudo, enfatizou a importância dessa descoberta. “Essas descobertas evidenciam quão complexo é o ecossistema das terras altas da Etiópia, conhecidas como o ‘Teto da África’, e o quanto ainda há para aprender sobre as interações entre espécies nesse ambiente único e biodiverso”, afirmou.
No entanto, esse ecossistema enfrenta uma séria ameaça devido à perda e fragmentação de seu habitat natural, o que aumenta os desafios para a conservação do lobo etíope, considerado o cão mais raro do mundo.
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