Como medida para combater a obesidade infantil e os maus hábitos alimentares, México proíbe comida junk food nas escolas.
De acordo com a determinação do Governo, a partir de sábado, as escolas não podem mais vender produtos processados, salgados e doces.
As autoridades buscam enfrentar o que qualificaram como uma das piores “epidemias de obesidade e diabetes” do mundo.
México proíbe comida junk food nas escolas: o que diz a medida
As diretrizes de saúde, publicadas pela primeira vez no outono passado, miram diretamente em produtos processados salgados e doces. Segundo definiram, tornaram-se um elemento básico para gerações de estudantes mexicanos.

Isso se aplica aos refrigerantes de frutas açucarados, batatas fritas embaladas, torresmos artificiais e amendoim com sabor a pimenta envolto em soja, conforme enumera a agência AP.
Ao anunciar que o veto tornou-se lei, a Secretaria de Educação celebrou X. “Adeus à comida junk food!”, escreveu. E encorajou os pais a apoiar essa decisão do governo e preparar refeições saudáveis para seus filhos.
Isso faz parte de uma ambiciosa tentativa do México de reformar sua cultura alimentar e reprogramar a próxima geração de consumidores.
Em consonância com o impacto internacional dessas mudanças, nos Estados Unidos, por exemplo, o secretário de saúde do governo de Donald Trump, Robert F. Kennedy Jr., prometeu transformar o sistema alimentar do país e “Tornar os Estados Unidos saudáveis novamente”.
Por isso propõem focar nos alimentos ultraprocessados para conter o aumento da obesidade e das doenças.
O que as escolas devem fazer
Sob a nova ordem do México, as escolas devem gradualmente eliminar qualquer alimento e bebida que mostre sequer um único logotipo de advertência preto que o classifique como alto em sal, açúcar, calorias e gordura. O México implementou esse sistema obrigatório de rotulagem frontal em 2020.
Aplicado desde a manhã desta segunda-feira, o início da semana escolar, o veto à comida junk food também requer que as escolas sirvam alternativas mais nutritivas à junk food, como tacos de feijão, e ofereçam água potável simples.
Os diretores das escolas que não cumprirem a ordem estão sujeitos a multas entre 545 e 5450 dólares.
Os números do México em saúde alimentar
As crianças do México consomem mais junk food do que em qualquer outro lugar da América Latina, segundo a UNICEF, que classifica a epidemia de obesidade infantil do país como uma emergência.

Os refrigerantes açucarados e os alimentos altamente processados representam 40% das calorias totais que as crianças consomem em um dia, relata a agência.
Um terço das crianças mexicanas já são consideradas com sobrepeso ou obesidade, de acordo com estatísticas do governo.
Mas a implementação da lei apresenta um desafio. É que proibições anteriores de junk food tiveram dificuldades para avançar e a supervisão foi muito relaxada nas 255.000 escolas do México.
Muitas até carecem de fontes de água e mesmo de internet e eletricidade confiáveis.
Também não estava claro imediatamente como lidarão com a venda de junk food nas ruas fora dos campi escolares, onde vendedores ambulantes costumam vender doces, batatas fritas, nachos e sorvetes para as crianças durante o recreio e após o término do dia escolar.
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