O recuo irreversível de muitos glaciares: Será o fim dos gelos eternos?

Más leídas

Os glaciares, que contêm cerca de 70% da água doce do planeta, estão testemunhando um recuo sem precedentes, de acordo com especialistas da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Este fenómeno, impulsionado pela mudança climática, ameaça não apenas os ecossistemas locais, mas também centenas de milhões de pessoas que dependem deles.

Recuo acelerado e irreversível nos glaciares

  • Os últimos seis anos registraram o recuo mais rápido dos glaciares na história documentada, com o período 2022-2024 marcando a maior perda de massa trienal já registrada.
  • Em regiões como Escandinávia, Svalbard e Ásia do Norte, as perdas de glaciares atingiram níveis recordes em 2024.
  • Michael Zemp, diretor do Serviço Mundial de Monitoramento de Glaciares (WGMS), estima que, desde 1975, os glaciares perderam mais de 9.000 trilhões de toneladas de massa. Isso equivale a um bloco de gelo do tamanho da Alemanha com 25 metros de espessura.

Impactos globais

O degelo tem repercussões significativas:

  • Aumento do nível do mar: Entre 25% e 30% do aumento provém do derretimento de glaciares, elevando o nível em cerca de um milímetro por ano. Apesar de parecer pouco, isso afeta entre 200.000 e 300.000 pessoas a cada ano.
  • Risco para os meios de subsistência: Em áreas como o Hindu Kush, no Himalaia ocidental, mais de 120 milhões de agricultores veem seus recursos hídricos ameaçados devido à perda de glaciares.
  • Desafios nos trópicos: Mesmo os glaciares de alta altitude no Peru recuaram 40%, afetando a biodiversidade e os recursos hídricos locais.

Um futuro preocupante e a urgência de um chamado à ação

A OMM alerta que, se as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas, 80% dos menores glaciares do mundo podem desaparecer até 2100. Isso inclui aqueles nos Alpes, África Oriental e Indonésia, onde quase 40% do gelo restante já derreteu.

Sulagna Mishra, da OMM, ressaltou que a mudança nos glaciares afeta todo o mundo, direta ou indiretamente interconectado. É necessário mobilizar recursos, fortalecer políticas e priorizar a pesquisa para mitigar esses efeitos e nos adaptar às mudanças iminentes.

Foto da capa: Chile EFE/Ricardo Giesecke-IDEAL

Já conheces o nosso canal no YouTube? Subscreve!

Últimas noticias

China transforma seus telhados em usinas elétricas em tempo recorde.

A China alcançou avanços significativos e muito visíveis na área de transição energética. Transforma seus telhados em centrais elétricas...

Noticias relacionadas