O projeto com o qual monitoram as viagens de 10 baleias-francas

Más leídas

O projeto colaborativo “Seguindo Baleias”, com tecnologia de ponta, conseguiu concretizar o monitoramento de baleias-francas. Eles seguiram 10 exemplares para obter informações-chave desta espécie.

Também busca promover o desenvolvimento de novas técnicas de monitoramento satelital para baleias.

A baleia-franca-austral é uma espécie migratória que em suas viagens anuais cobre longas distâncias, às vezes de milhares de quilômetros. No percurso, conecta as áreas onde se alimenta e onde se reproduz.

Monitoramento de baleias-francas: como funciona o projeto

Com tecnologia de ponta, o projeto colaborativo “Seguindo Baleias” busca obter informações chave sobre esta espécie e seus movimentos nos ambientes marinhos.

Esta pesquisa é realizada a partir da articulação de esforços de organizações governamentais, da sociedade civil e instituições acadêmicas, e acaba de lançar sua nona temporada de estudos em Península Valdés, Chubut, Argentina.

O monitoramento começou em setembro de 2024, quando 10 baleias-francas-austrais foram equipadas com transmissores satelitais de última geração no Golfo Nuevo.

Monitoramento de baleias-francas. Monitoramento de baleias-francas. (Foto: WCS).[/caption>

“A maioria delas já iniciou sua viagem em direção às áreas de alimentação e algumas ainda permanecem nas tranquilas águas do golfo”, explicaram desde Wildlife Conservation Society (WCS).

“No momento, dois dos transmissores pararam de emitir sinal, o que acontece quando se desprendem, ou quando as baterias se esgotam, o que pode ocorrer semanas ou meses depois de colocados”, detalharam.

Para otimizar sua identificação, a cada baleia é atribuído um nome, que este ano está associado à tabela periódica dos elementos.

Foram instrumentadas sete fêmeas adultas acompanhadas de suas crias, chamadas Kalium, Moscovium, Neptunium, Niquel, Sulfurium, Tantalus, Titanium; um indivíduo adulto chamado Rubidium; e dois jovens, nomeados como Aurum e Platinum.

“Seguindo Baleias” é o resultado do trabalho colaborativo entre várias instituições da Argentina, Brasil, Dinamarca e Estados Unidos.

Monitoramento de baleias-francas: como seguir o percurso

Os percursos destas 10 baleias podem ser visualizados no site oficial.

O acompanhamento satelital permite conhecer como utilizam o Atlântico sudoeste e os mares subantárticos durante suas viagens em busca de alimento.

Assim, podem ser localizados ambientes chave para seu ciclo de vida, sustentar a importância das áreas marinhas protegidas e elaborar recomendações para regular atividades humanas – como as pesqueiras, petrolíferas e de transporte marítimo – que poderiam impactá-las.

As descobertas-chave da temporada anterior

Durante a temporada 2023-2024 foram realizados acompanhamentos inéditos, como o de Atena, a primeira baleia identificada a unir os oceanos Atlântico e Pacífico, surpreendendo com uma nova rota migratória nunca antes registrada via satélite para as baleias-francas de Península Valdés.

Monitoramento de baleias. Monitoramento de baleias: assim se vê.

“Este evento demonstra não só a plasticidade migratória desta espécie, mas também a importância de continuar esses estudos para compreender melhor os movimentos em nível populacional”, indicaram desde a organização.

Também foi comprovado que quatro das 16 baleias monitoradas na oitava temporada haviam sido previamente identificadas por foto identificação. Trata-se de um registro que permite individualizar cada baleia a partir do padrão único de calosidades em sua cabeça, assim como acontece com as impressões digitais das pessoas.

A história de Eos

Uma delas foi Eos, identificada pela primeira vez em 1979 sendo adulta, e documentada desde então junto a seis crias. Este novo registro indicou que continua em fase reprodutiva.

Graças ao acompanhamento satelital, foi registrado que Eos se deslocou para o Buraco Azul, uma área atravessada pela frente produtiva mais importante do hemisfério sul, que desempenha o papel de “supermercado” para muitas espécies marinhas; e que poderia ser declarada como Área Marinha Protegida Bêntica pelo Senado da Nação em 2024.

As instituições e organizações que colaboram

O Laboratório de Mamíferos Marinhos do Centro para o Estudo de Sistemas Marinhos (CESIMAR-CENPAT-CONICET), o Centro de Pesquisa Aplicada e Transferência Tecnológica em Recursos Marinhos Almirante Storni (CIMAS-CONICET), a Faculdade de Ciências Marinhas (FaCiMar) da Universidade Nacional do Comahue, a Fundação Patagônia Natural, o Instituto Aqualie, o Instituto de Conservação de Baleias (ICB).

Também o Cooperative Institute for Climate, Ocean and Ecosystem Studies (CICOES) da Universidade de Washington, Marine Ecology and Telemetry Research e National Oceanic and Atmospheric Administration de Estados Unidos, o Programa de Monitoramento Sanitário Baleia-Franca-Austral, University of California Davis – Wildlife Health Center e Wildlife Conservation Society Argentina (WCS), pesquisadores do Greenland Institute of Natural Resources da Dinamarca, o fabricante de transmissores Wildlife Computers, e o experiente capitão Federico Arribere.

O estudo é financiado principalmente pelo Office of Naval Research e pela National Oceanic and Atmospheric Administration dos Estados Unidos e também por organizações colaboradoras da Argentina, Brasil e Estados Unidos.

Já conhece nosso canal no YouTube? Inscreva-se! 

Últimas noticias

Cientistas transformam resíduos industriais em baterias para armazenar energia renovável

Cientistas descobriram uma forma revolucionária de converter resíduos industriais em um material vital para as baterias. Este avanço poderia...

Noticias relacionadas